4.7.07

Last look

Casa Batlló, Barcelona - 30/06/07

Último capítulo

Escrevo já a partir de Portugal. Cheguei no sábado, sem malas – que ficaram perdidas algures em Barcelona – cansado, porque a noite tinha sido passada em branco, mas feliz.

O sentimento é, antes de mais, de missão cumprida. Academicamente as coisas correram bem e saio de Barcelona com melhores notas do que aquelas que perspectivava. Além disso o enriquecimento pessoal que algumas disciplinas me trouxeram foi grande.

Depois há o outro lado do Erasmus. Há uma paixão enorme por uma cidade a que quero voltar. E há amigos que vão ficar para sempre. Alguns dificilmente vou rever, como os mexicanos Abi e Eder, a costa-riquenha Bea ou o colombiano Andrés. Outros estão geograficamente mais próximos e as promessas de visitas mútuas estão feitas. À Itália da Alessandra e da Sara, à Polónia da Anna ou à Alemanha do Mario e da Monika. Ou então a Espanha e à Castellon natal do meu companheiro de quarto, Christian.

Além deles há os portugueses, grandes amigos que conto continuar a ver. Bruno, Marco, "Gafinhas", Raquel, Ângela, Susana e Joana. Bem-vindos ao meu peito.

Eu também sou de Barcelona



I’m gonna sing this song with all of my friends
and we’re from Barcelona
Love is a feeling that we don’t understand
but we’re gonna give it to ya.

We’ll aim for the stars
We’ll aim for your heart when the night comes
And we’ll bring you love
You’ll be one of us when the night comes.

We're from Barcelona - I'm from Barcelona

Leaving Barcelona

Os últimos dias em Barcelona foram passados a despedir-me da cidade. Quis regressar aos locais de que mais gostei na cidade e conhecer aqueles pedaços da cidade mais escondidos dos olhares turísticos. Entre eles o Monestir de Pedralbes (à esquerda) – no extremo Noroeste da cidade. Este é um fantástico complexo Medieval que tem como centro o mosteiro, mas vale também pelo casario que o envolve e pela beleza simples da rua de acesso.

O passeio - que durou um dia inteiro e me pôs os pés numa miséria - teve passagem ainda pelo Mercado de Sarrià, Colégio de Santa Teresa, Parque da Estação do Norte, Auditório de Barcelona e Teatro Nacional da Catalunha (em baixo).

As burocracias do regresso e as limpezas finais da casa roubaram-me tempo que gostava de ter usado para voltar a ver cantinhos da cidade que me marcaram particularmente.

Por estes dias, entrei finalmente na Pedrera, uma das mais míticas obras de Gaudi na cidade. A casa é imponente e carregada de pormenores de genialidade, mas nada tem a força do terraço. Não é apenas o conjunto de esculturas que encimam a obra, é especialmente a vista de Barcelona – e o luxo que é quase poder tocar a Sagrada Família ali de cima – que me fascinaram no dia da despedida da cidade.

As noites foram igualmente preenchidas. Acompanhado pelos amigos que mais me marcaram durante esta experiência, vivi a noite de Barcelona mesmo até às últimas horas do meu Erasmus.

Especial foi a noite de quinta-feira. Um jantar na “Casa do Povo”, o F307, que juntou a “comunidade portuguesa” e grande parte dos melhores amigos estrangeiros que fiz por aqui.

25.6.07

Benvingut Thierry!


Até ontem, este era um dos jogadores de futebol de quem eu menos gostava. Porque esteve sempre do lado errado da barricada. Agora é um dos nossos!
E eu - e os amigos Marco e Susana - estivemos entre os 20 mil culés que aguentaram duas horas de espera nas bancadas de Camp Nou para ver o novo craque blaugrana.
Um ambiente de verdadeira loucura o que se viveu nas bancadas do maior estádio da Europa para receber o novo número 14 do FC Barcelona. Thierry Henry, um dos mais fantásticos jogadores de futebol dos últimos anos, agora prestes a brilhar ao lado de Ronaldinho, Deco e Messi.

24.6.07

Sant Joan, Sant Joan, Sant Joan, dá cá um petardo para eu brincar

O Santo Popular preferido dos nortenhos – celebrado em grandes metrópoles como o Porto, Braga ou Covas – também é festejado por estas bandas. A noite de 23 de Junho é uma das festas mais importantes de Barcelona – depois das Mercês e do Sant Jordi.

A festa traz o povo à rua e Barcelona é também invadida por petardos que insistem em rebentar noite adentro – um pouco à semelhança do que acontece nas Fallas em Valência.

Os barcelonins – originais e adoptados – confluem para as praias, onde lançam fogos-de-artifício e se entregam aos prazeres etílicos. O ritual tem muito de pagão, mas na verdade o S. João limita-se a “roubar” a festa do Solstício de Verão.

A festa durou até de manhã. Com um belíssimo nascer do sol partilhado na areia da praia Olímpica.

Caixa Forum


Os bancos espanhóis não se dedicam apenas à usura. Os grandes bancos nacionais têm fundações que apoiam as artes ou têm importantes obras sociais. É o caso da “La Caixa”. O banco criou uma fundação que apoia refugiados, por exemplo. E é também uma grande exemplo de mecenato àas artes.

O grande projecto do Fundação é o museu Caixa Fórum, bem próximo do Palácio Nacional, na Praça de Espanha, que aproveita uma antiga fábrica de arquitectura modernista, e a transformou num museu dedicado especialmente às artes contemporâneas. A obra de recuperação do edifício é impressionante.

Tive sorte. Grande parte das exposições patentes neste momento na Caixa Fórum são de fotografia: “FotoPres” – uma mostra dos melhores trabalhos do concurso de fotojornalismo promovido pela fundação La Caixa – e particularmente a enorme exposição da obra de Lee Friedlander.

Este fotógrafo norte-americano que começou por fotografar os grandes nomes dos Blues e do Jazz na década de 60, e que depois de converteu num repórter da América profunda. Testemunha do quotidiano das grandes metrópoles dos EUA, mas também da sua história e monumentalidade, da sua imponente natureza e das contradições da sua sociedade.

Esculturas de David Altmejd, integrada no Ciclo “Cenários” e a pintura oitocentista de William Hogarth, que traça um retrato por vezes mordaz da sociedade britânica desse tempo são exposições também ainda patentes. Ah…E tudo isto completamente de graça.